domingo, 28 de maio de 2017

Não há dois jogos iguais




Em jogo estavam muito mais do que os três pontos ou a oportunidade última para o Monte Carlo se chegar à luta pelo primeiro lugar.

Em jogo estava, nem mais, nem menos, do que a obrigação dos canarinhos fazerem esquecer aquela meia dúzia de golos da primeira volta que ninguém esperava.

E foi isso que aconteceu.

Primeiras notas: no Monte Carlo, conjunto bem mais estendido no campo (a comparar com jogo da primeira volta), sem deixar os da frente solitários e outro aspecto positivo, sem andar a inventar com trocas de bola muito atrás.

Aliás, os homens do jogo do lado dos amarelos foram sem dúvida Ho Man Fai e Keverson.
O guarda-redes porque há muito que não o víamos tão certinho nas suas funções, e o camisa 10 porque foi o maior perigo do Monte Carlo lá na frente e tem nos pés a decisão de fazer aquele remate espectacular para o 2-0.

No Benfica, talvez daquelas noites em que nada saiu bem a muitos dos elementos dos encarnados. Leonel, Chan Man ou Pang Chi Hang, pouco decisivos na hora em que era mais necessário. Filipe Duarte de volta à equipa, presença importante a do capitão, mas a ausência pesou no ritmo.

O melhor do conjunto foi mesmo o outro central, Bernardo, a defender e a atacar, teve na cabeça o empate aos 86 minutos, mas não mancha a boa exibição.


O primeiro golo é uma benesse incrível do Benfica: jamais Neto pode saltar sozinho e o brasileiro tem os seus créditos mais que firmados nas funções de goleador.

Os encarnados não podiam imaginar pior começo de jogo, desvantagem aos dois minutos, logo esta equipa que, não estando habituada a perder, tem tendência a frustrar-se demasiado quando não lhe corre de feição.

Ainda assim, a reacção não foi má. O Benfica conseguiu dominar os nervos e chegou até a massacrar a área contrária, mas a finalização esteve muito longe daquilo que se deve pedir. Não chegou sequer a ser um ataque perdulário, já que quase sempre a bola foi demasiado adiantada ou à figura do guarda-redes, sem criar, verdadeiramente, chances de perigo.

Depois veio o 2-0, com muito mérito para Keverson que decide rematar e, de forma espectacular, faz vergar o Benfica à passagem da meia hora.

Até ao intervalo continuou pouco esclarecido o ataque do Benfica, em especial Leonel Fernandes, ele que exibe o título de goleador do campeonato, e valeu Batista, aos 40, a negar o golo a Chong Wai Kin que aparece na cara do guardião.

Veio o intervalo e com Cuco amarelado, adivinhava-se substituição na equipa de Henrique Nunes. O médio saiu aos 59 minutos para entrar Alison Brito. Era o Benfica à procura de melhorar no último terço do campo, mas  Ho Man Fai estava em noite sim.

Pang Chi Hang, Chan Man, Leonel e até Edgar Teixeira, todos tiveram pela frente a oposição do guardião canarinho, que, tirando um lance já a caminhar para o final da partida, se absteve de inventar lá atrás e, diga-se, saiu-se bem melhor do que o temos visto esta época.

O 2-1 já chegou tarde para o Benfica...


O Monte Carlo, depois de dois tropeções (derrota com CPK e empate com Kei Lun) vê nesta vitória a possibilidade de continuar na luta pelo título, já que sairá beneficiado em caso de empate entre os outros candidatos, Benfica e Chao Pak Kei. Mas acima de tudo, soube ser eficiente e encarar o jogo para conseguir derrotar o adversário.

Já os encarnados, não perdiam para o campeonato desde a época de 2015, sendo esta, também, a primeira derrota na liga para o treinador Henrique Nunes.

Benfica e CPK só dependem de si, também, por isso vai ser muito aguardado o embate marcado para 17 de Junho.




segunda-feira, 8 de maio de 2017

Relançada luta pelo título


Era o jogo grande da jornada e, na verdade, valeu pelo resultado que relançou o interesse a três pela discussão do título.

Uma partida que, na verdade, não foi de um futebol espectacular e até esteve bem dividida em termos de performance. A primeira parte teve maior ascendente do CPK, enquanto a segunda foi do Monte Carlo, mas já com prejuízo no marcador.

O CPK tem uma vantagem: melhores locais. Ontem foi exemplo disso, com boas exibições de Ho Ka Seng ou do guarda redes Lo Weng Hou a assinar uma boa exibição que deixou segura a vantagem alcançada à meia hora, para referir dois.

A grande lacuna desta equipa é, sem dúvida, o ataque, com falta de uma referência lá na frente que se assuma como verdadeiro ponta-de-lança. Valeu, como sempre, Diego Patriota que regressou às boas prestações depois de um jogo menos conseguido frente ao Ka I.

A estratégia até não foi aquela que, a meu ver, poderia ser a mais acertada, mas uma coisa é certa, Ronald no eixo central da defesa cumpriu, e bem, o papel, e, parece, é onde se sente confortável a jogar.

Vitor Almeida jogou numa posição dianteira ao eixo defensivo, foi o autor do golo nas suas já habituais incursões ofensivas, mas em 13 jornadas já disputadas anda longe do que mostrou na temporada anterior.

Foi no entanto determinante e esteve muito bem no lance do golo, à meia hora de jogo, depois de um excelente trabalho de Diego.

Do lado do Monte Carlo, vale pelos estrangeiros, que ontem não tiveram a competência para marcar, ainda que não se possam queixar de oportunidades.

A defesa é um grande 'handicap' neste conjunto. Paulo Cheang e Geofredo não têm frescura física e as trocas de bola promovidas por Ho Man Fai lá atrás são um verdadeiro filme de terror que se tem visto em várias jogos. Ontem, nem foi dos piores casos.

Opiniões divergem, mas Wilson Sadan até estava a ser o melhor estrangeiro do lote deste ano, Leandro cumpre, Neto é uma certeza no ataque canarinho e Keverson vai mostrando qualidade, mesmo que ontem não tenham sido decisivos, mas antes perdulários.


Na segunda parte, o Monte Carlo podia ter chegado ao golo e pelo que fez, até merecia. Não que a vitória do Chao Pak Kei não se aceite, e lembre-se aquele lance no final quando Vitor Almeida podia ter matado o jogo.

Os três pontos do Chao Pak Kei dão novo alento ao campeonato e pressionam o Benfica que até nem anda pelos ajustes com as exibições.

Para ganhar aos sub-23 foi preciso chegar a segunda parte e Leonel Fernandes ter cabeça para isso. Mais quatro golos que fazem dele o melhor marcador do campeonato, encaminhado para renovar esse título da época anterior.

Mas se não há dúvidas sobre a qualidade do plantel, até acima de qualquer outro, esta segunda volta não está a correr de feição.

A exibição contra a Polícia não foi conseguida, voltou a empatar com o Ching Fung e os sub-23 demoraram a ser vergados. Verdade seja dita que os encarnados tinham muitas ausências para esta partida, e é notória a diferença de qualidade para os habituais titulares. Filipe Duarte faz sempre falta, Edgar Teixeira e Marco Meireles se não se exibirem a um bom nível isso reflecte de imediato na produção da equipa, mas eu diria que Chan Man também faz muita falta a este Benfica.

Será por isso interessante ver como se vai desenrolar esta luta pelo primeiro lugar.
O Chao Pak Kei só tem a desvantagem de perder no confronto directo com o Monte Carlo, mas quase que os três dependem apenas deles próprios e isso é positivo para a Liga de Elite.

(Foto: Bessa Almeida, Macau Bolinha e Bolão)