segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Vem aí o primeiro teste a sério para Benfica e CPK

(Foto: Macau Bolinha e Bolão, Bessa Almeida)

É verdade que o grande teste será no próximo domingo, quando CPK e Benfica se encontrarem no Estádio de Macau, mas até agora, o conjunto de Inácio Hui não desiludiu nas expectativas para esta temporada.

O Benfica, com sangue novo na equipa técnica e no plantel, estreou-se com um aguerrido Ka I, que deu muito trabalho para vencer, e na segunda jornada andou longe de um boa exibição frente a um dos candidatos a lanterna vermelha desta Liga de Elite 2018.

Sabendo que os resultados expressivos do CPK (12-0 ao Lai Chi e 14-0 ao Hang Sai) podem servir de pouco se não ganhar ao adversário directo, o jogo que se aproxima ainda ganha mais interesse.

Finalmente apareceu um artilheiro à altura das ambições da equipa que já tinha bons elementos e este ano tem ainda mais: Danilo Lins é um sério candidato a artilheiro do ano e mal de quem menospreza o que o avançado brasileiro fez nas duas primeiras jornadas. Grande começo, sem sombra de dúvidas, para Danilo e para o Chao Pak Kei.

Já os encarnados, tiveram em Nicholas Torrão a referência da última partida, mas não se pode esquecer que na primeira parte frente ao Lai Chi marcou um único golo. É pouco.

Quanto aos restantes jogos, Ka I e Ching Fung empataram a zero, mas a equipa de Josecler deu mais nas vistas, esteve mais perto de chegar ao golo.

Somando o Sporting que venceu a Alfândega por 5-0, mas num jogo em que a primeira parte foi de um futebol muito fraco, conclui-se que só haverá dois candidatos ao título este ano.

Na época passada o Monte Carlo bateu-se sempre pelo título e tivemos o Kei Lun muito competitivo. Este ano perderam-se estas duas equipas na luta pelos lugares cimeiros e, arrisco dizer, que a Liga em 2018 será tanto ou menos competitiva que no ano passado.

O Benfica com um ano de desafios inéditos fez muitas mudanças, não apostando na continuidade de Henrique Nunes, um treinador experiente que já conhecia o futebol local. O Benfica parece menos criativo no meio-campo, mas sublinhe-se a franca qualidade do central Gil, que com Vítor Almeida, podem fazer esquecer a falta que o capitão Filipe Duarte faz à equipa.

O CPK podia ter contra si o facto de ter jogado contra equipas que não oferecem grandes problemas, mas para quem acompanhou os jogos é possível ver que há competência no futebol da equipa, fio de jogo, organização. A qualidade dos elementos é indiscutível, em especial o meio-campo, com Diego Patriota (continua a mostrar-se como um dos melhores do futebol local), mas também Bruno Figueiredo e Adilson Silva, com a concretização afinada de Danilo.
O CPK precisa de entrar em campo com autoridade frente ao Benfica, já que em teoria, não está abaixo dos encarnados em termos de valia.

Acima de tudo, que seja uma boa partida de futebol e, apesar de cedo, o duelo entre os dois candidatos pode sempre dar indicações de como será esta Liga 2018.

domingo, 21 de janeiro de 2018

Clássico a merecer empate no arranque da Liga de Elite



(Foto: Bessa Almeida, Macau Bolinha e Bolão)


A Liga de Elite 2018 começou e na primeira ronda houve logo jogo grande entre Benfica e Ka I.

O tetracampeão, cheio de novidades, entrou em campo com três reforços africanos, depois de dias antes ter apresentado o plantel onde só constavam dois. Todos a pegar de estaca no onze montado pelo também estreante treinador, Bernardo Tavares.

Surpresa na utilização de Amâncio e Chan Man no corredor direito, com este último a ocupar a posição dianteira e chegou mesmo a trocar com Tito à esquerda, mas acabaria por regressar ao lado direito da defesa, no qual é, aliás, o melhor a actuar em Macau.


O Ka I surpreendeu o Benfica aos 16 minutos com um remate de longe de Cheong Kin Chong que apanhou Batista literalmente desprevenido.
Chapéu ao guarda-redes do Benfica que estava adiantado depois da saída de bola, perda no meio-campo, mas mérito também para o jogador do Ka I que decidiu pelo remate.


Nervosismo no banco do Benfica com ordens para Iuri Capelo aquecer (viria a render Amâncio).
Ao contrário, dentro de campo, soube reagir muito bem. Nas últimas épocas viu-se uma equipa que não lidava bem com a desvantagem, mas neste jogo foi o contrário. Melhor período do Benfica que dá a volta ao marcador ainda na primeira parte: um auto-golo de Lao Pak Kin e Tito a fazer o 2-1.


Segunda parte foi do Ka I.
A equipa de Josecler não se resignou ao resultado e procurou fazer o golo.

Com William Gomes na frente e Adans no meio, que rendeu Jânio, o Ka I conseguiu sair a jogar, em especial no último quarto de hora, com muita pressão no último reduto encarnado, com nota mais para a dupla de centrais Vitor Almeida e o Gil Nguema, e para o guardião Batista que salvou os três pontos com um punhado de boas defesas.


Pela prestação das equipas, o empate seria o resultado mais justo. Quanto à arbitragem, deixou a desejar na acção disciplinar, já que houve muitas faltas duras merecedoras de amarelo, mas o árbitro Grant a mostrar apenas um (!) a Lei Ka Him.

Apesar desse aspecto, não parece que alguma das equipas tenha motivos para razões de queixa de maior. Há um lance na área do Benfica sobre William que no estádio não fica a sensação de poder motivar grande penalidade.
Outros lances, apesar ser disputada a bola, foram demasiado duros, de um lado de de outro. O árbitro Grant cedo a perder oportunidade de segurar o jogo no campo disciplinar.


Antes, o Chao Pak Kei cumpriu com o Lai Chi, resultado desnivelado, 12-0, com destaque para o novo goleador da casa, Danilo Lins, que assinou seis, uma lacuna que parece preenchida, já que o conjunto precisava de uma referência no ataque.


Este ano a estreia da Liga de Elite foi no estádio de Macau e com a derrota do Monte Carlo frente ao Hang Sai, equipa promovida à primeira divisão.
Os canarinhos sem estrangeiros são uma das incógnitas este ano quanto ao que vão poder fazer para manter o nome do clube nos lugares de topo da tabela, como tinham habituado.

Nos restantes encontros, o Cheng Fung venceu o Sporting por 1-0 e a Polícia a Alfândega por 4-0.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

A culpa é mesmo do Hato?

A notícia não chegou inesperada, mas era daquelas que ainda desejávamos que não se concretizasse.

A Bolinha, o tradicional campeonato de futebol de sete, realizado no campo Dom Bosco, não vai ter edição em 2017.

Tudo, dizem, por causa dos estragos causados pelo tufão Hato, o mais forte e destrutivo a atingir Macau em cinco décadas.

Vidros no piso sintético, que, pelo visto, não foi possível remover, não davam as condições de segurança necessárias para realizar a competição.

Passou um mês e a solução pensada foi única: remover os vidros. O sintético do Dom Bosco já não é novo, com certeza, um dia teria de ser substituído. Porque não agora? Quanto tempo demoraria a colocar um piso novo?

Na verdade, o cancelamento da Bolinha não só afecta um sem número de pessoas e intervenientes (até da imprensa que conta com o evento no calendário desportivo), como pode ter um sem número de leituras sobre, afinal, quem é, ou quem são, os responsáveis por este desfecho lamentável.

Senão vejamos: a Associação de Futebol de Macau, em 2016, decidiu, a seu bel-prazer, antecipar a Bolinha por causa de uma liga de futsal que foi um fiasco com pavilhão vazio, jogos fracos e intervenientes de duvidosa qualidade.

Este ano, quando se esperava um calendário coerente com o que sucedeu no ano anterior, a Bolinha já era para começar na altura do costume (veja-se o caso do Monte Carlo, que não estendeu os contratos com os jogadores estrangeiros).

Não contentes com isso, ainda se deu a chicotada psicológica na selecção, com a saída de Tam Iao San, e lá veio um senhor seleccionador novo, cheio de ideias e imposições, entre as quais, os famosos contratos exclusivos dos jogadores.

A Bolinha já estava a começar torta, se me permitem, com esta ideia peregrina da "exclusividade", numa selecção que foi derrotada vergonhosamente pelo Myanmar em casa e até não teve um resultado mau com a Índia, mas continua a jogar com o autocarro lá atrás e pontapé para a frente. Com tanta sessão de treino e contratos exclusivos, espera-se um bocadinho melhor no que resta da qualificação para o asiático.

Mas, voltando à Bolinha, diz o ditado que "pau que nasce torto...", e sabendo todos que o tufão foi um fenómeno inesperado, já estava em curso uma certa tempestade ligada à competição.

Perante o que sucedeu, e já dando benefício da dúvida de que não há muitos campos, pergunto: não era possível substituir o piso sintético?
Impossível não é, e creio que vai acontecer, agora veremos quando.

Se não fosse, não há mais campos? O próprio Instituto do Desporto, não tem a missão de promover o desporto, sabendo que a competição agrada a população e é importante para o território?
No caso do Grande Prémio, vão ou não vão arranjar a tempo o que ficou danificado, como por exemplo, o parque de estacionamento que foi muito afectado pelo tufão?

É possível ter outra visão senão a de que foi a falta de vontade que acabou com a Bolinha?

Todos conhecemos o campo dos operários, perto das Portas do Cerco. Todos sabemos que é uma instalação da Federação das Associações dos Operários de Macau. Mas não seria uma óptima solução, que poderia até ajudar a ganhar o tempo perdido, com dois jogos realizados em simultâneo?

Houve alguma tentativa de negociação? Não sabemos.

A Bolinha está cancelada. Única coisa que se sabe.
A culpa, essa, não me parece que seja do tufão Hato.

Enquanto isso, há clubes que investiram na primeira e segunda divisões que não viram o esforço compensado. Houve compromissos com atletas que não vão poder ser cumpridos. Há gente que vive do futebol que ficou sem o que já contava.

O mais fácil é dizer que a culpa é do tufão, mas, pergunto eu: se a Associação quer fazer um torneio (sabe-se lá onde...), não podia fazer a Bolinha? Afinal, onde está a diferença?

Se calhar o tal "torneio" é só conversa para empatar.
Importante mesmo é os jogadores da selecção estarem "exclusivamente" dedicados. E, para ajudar, até vêm aí compromissos da selecção de futsal que passará a ser o novo foco da AFM com certeza.

Ou seja, nem Bolinha, nem torneio.

A Associação de Futebol de Macau e o Instituto do Desporto a fazerem, mais uma vez, um péssimo trabalho ao serviço do futebol.







segunda-feira, 3 de julho de 2017

Os prémios da Liga de Elite

(Republicado, depois da confirmação de que os clubes podem nomear os seus jogadores para esta votação, bem como jogadores de outras equipas.)


Caiu o pano sobre a Liga de Elite 2017 e não há grandes motivos para acreditar que o caminho é de progresso.

O Benfica renovou o título, já lá vão quatro anos seguidos, e continua a ser a equipa que mais investe, colhendo assim os frutos de ter um plantel bem recheado de "estrangeiros locais" que tem feito a diferença.

No pódio deste campeonato ficam os outros dois investidores: Monte Carlo e Chao Pak Kei, que andaram na cola dos encarnados até ao fim, merecidamente. 

No meio deste campeonato que tantas vezes é sofrível, gostava de sublinhar uma coisa: o Monte Carlo já com longa tradição e agora o CPK, estão a disputar os campeonatos das camadas mais jovens e esse é um exemplo que o Benfica, a meu ver, tem obrigação de seguir. 

Mas bom, já não bastava o desinvestimento de Ka I e Sporting, veio a saga da inscrição na AFC (uma das maiores vergonhas de que me lembro no futebol, que acabou sem consequências ou responsáveis), a liga deste ano teve cenas de pancadaria que acabaram, a meu ver, mal decididas, jogadores expulsos que jogaram no jogo seguinte, e até mesmo perda de pontos na secretaria.

Para finalizar, a anedota do ano, que é como quem diz, a eleição para os melhores jogadores deste campeonato.

E é neste particular que insisto desde sempre: os clubes têm a liga e a Associação de Futebol que merecem.

Segundo informação da AFM, os clubes indicam vários nomes para fazerem parte da lista que vai a votação. Ou seja, não é a Associação que escolhe, são os clubes!

Ora não é espantoso que, por exemplo, o Sporting não tenha nenhum jogador na lista? Quando, a meu ver, o Tony Lopes é, sem margem para dúvidas, uma das revelações do ano e, com certeza, até merecia o prémio de melhor jogador sub-23? 
Do lado dos mais novos, também o CPK se "esqueceu" de Vinicius Akio, quando o Kei Lun, só para dar um exemplo, não se esqueceu de Josecler Filho, miúdo de 16 anos que nem entrou assim em tantos jogos. 

Mas há mais esquecimentos e alguns, a roçar o inacreditável: Marco Meireles, talvez, um dos melhores da época, ficou esquecido pelo Benfica, ou mesmo Bernardo Marques que jogou mais e melhor do que Filipe Duarte e do capitão, lá está, não se esqueceu e está na lista; no CPK, Bruno Figueiredo ficou de fora, mas Vitor Almeida, que esteve bem longe do que se viu no ano passado, faz parte das indicações, que não esqueceu ainda Domingos, o veterano guarda-redes ou Pedro Lopes que, não tendo prestações más, está longe de ter a importância do brasileiro na equipa; o Monte Carlo tem lá Paulo Cheang, que, bom, quem viu o que andou a fazer durante a época, sabe que foi tudo menos uma temporada para lembrar. 
Enfim... 

E agora? Será que é só a Associação que não tem uma postura séria e profissional, e que deixa a desejar na forma como conduz o futebol local?

Podem todos dizer que estes prémios não valem grande coisa, eu também digo que mereciam ser algo mais digno para os agentes do futebol, mas são os prémios que temos e é deste modo que os clubes prestigiam os seus atletas. 

São opiniões, claro está. Na minha, nestes casos que citei, alguns clubes não souberam prestigiar quem merecia. 

Quero só ver quem vai ser o jogador do ano...



Venha a Liga de Elite 2018... 

domingo, 28 de maio de 2017

Não há dois jogos iguais




Em jogo estavam muito mais do que os três pontos ou a oportunidade última para o Monte Carlo se chegar à luta pelo primeiro lugar.

Em jogo estava, nem mais, nem menos, do que a obrigação dos canarinhos fazerem esquecer aquela meia dúzia de golos da primeira volta que ninguém esperava.

E foi isso que aconteceu.

Primeiras notas: no Monte Carlo, conjunto bem mais estendido no campo (a comparar com jogo da primeira volta), sem deixar os da frente solitários e outro aspecto positivo, sem andar a inventar com trocas de bola muito atrás.

Aliás, os homens do jogo do lado dos amarelos foram sem dúvida Ho Man Fai e Keverson.
O guarda-redes porque há muito que não o víamos tão certinho nas suas funções, e o camisa 10 porque foi o maior perigo do Monte Carlo lá na frente e tem nos pés a decisão de fazer aquele remate espectacular para o 2-0.

No Benfica, talvez daquelas noites em que nada saiu bem a muitos dos elementos dos encarnados. Leonel, Chan Man ou Pang Chi Hang, pouco decisivos na hora em que era mais necessário. Filipe Duarte de volta à equipa, presença importante a do capitão, mas a ausência pesou no ritmo.

O melhor do conjunto foi mesmo o outro central, Bernardo, a defender e a atacar, teve na cabeça o empate aos 86 minutos, mas não mancha a boa exibição.


O primeiro golo é uma benesse incrível do Benfica: jamais Neto pode saltar sozinho e o brasileiro tem os seus créditos mais que firmados nas funções de goleador.

Os encarnados não podiam imaginar pior começo de jogo, desvantagem aos dois minutos, logo esta equipa que, não estando habituada a perder, tem tendência a frustrar-se demasiado quando não lhe corre de feição.

Ainda assim, a reacção não foi má. O Benfica conseguiu dominar os nervos e chegou até a massacrar a área contrária, mas a finalização esteve muito longe daquilo que se deve pedir. Não chegou sequer a ser um ataque perdulário, já que quase sempre a bola foi demasiado adiantada ou à figura do guarda-redes, sem criar, verdadeiramente, chances de perigo.

Depois veio o 2-0, com muito mérito para Keverson que decide rematar e, de forma espectacular, faz vergar o Benfica à passagem da meia hora.

Até ao intervalo continuou pouco esclarecido o ataque do Benfica, em especial Leonel Fernandes, ele que exibe o título de goleador do campeonato, e valeu Batista, aos 40, a negar o golo a Chong Wai Kin que aparece na cara do guardião.

Veio o intervalo e com Cuco amarelado, adivinhava-se substituição na equipa de Henrique Nunes. O médio saiu aos 59 minutos para entrar Alison Brito. Era o Benfica à procura de melhorar no último terço do campo, mas  Ho Man Fai estava em noite sim.

Pang Chi Hang, Chan Man, Leonel e até Edgar Teixeira, todos tiveram pela frente a oposição do guardião canarinho, que, tirando um lance já a caminhar para o final da partida, se absteve de inventar lá atrás e, diga-se, saiu-se bem melhor do que o temos visto esta época.

O 2-1 já chegou tarde para o Benfica...


O Monte Carlo, depois de dois tropeções (derrota com CPK e empate com Kei Lun) vê nesta vitória a possibilidade de continuar na luta pelo título, já que sairá beneficiado em caso de empate entre os outros candidatos, Benfica e Chao Pak Kei. Mas acima de tudo, soube ser eficiente e encarar o jogo para conseguir derrotar o adversário.

Já os encarnados, não perdiam para o campeonato desde a época de 2015, sendo esta, também, a primeira derrota na liga para o treinador Henrique Nunes.

Benfica e CPK só dependem de si, também, por isso vai ser muito aguardado o embate marcado para 17 de Junho.




segunda-feira, 8 de maio de 2017

Relançada luta pelo título


Era o jogo grande da jornada e, na verdade, valeu pelo resultado que relançou o interesse a três pela discussão do título.

Uma partida que, na verdade, não foi de um futebol espectacular e até esteve bem dividida em termos de performance. A primeira parte teve maior ascendente do CPK, enquanto a segunda foi do Monte Carlo, mas já com prejuízo no marcador.

O CPK tem uma vantagem: melhores locais. Ontem foi exemplo disso, com boas exibições de Ho Ka Seng ou do guarda redes Lo Weng Hou a assinar uma boa exibição que deixou segura a vantagem alcançada à meia hora, para referir dois.

A grande lacuna desta equipa é, sem dúvida, o ataque, com falta de uma referência lá na frente que se assuma como verdadeiro ponta-de-lança. Valeu, como sempre, Diego Patriota que regressou às boas prestações depois de um jogo menos conseguido frente ao Ka I.

A estratégia até não foi aquela que, a meu ver, poderia ser a mais acertada, mas uma coisa é certa, Ronald no eixo central da defesa cumpriu, e bem, o papel, e, parece, é onde se sente confortável a jogar.

Vitor Almeida jogou numa posição dianteira ao eixo defensivo, foi o autor do golo nas suas já habituais incursões ofensivas, mas em 13 jornadas já disputadas anda longe do que mostrou na temporada anterior.

Foi no entanto determinante e esteve muito bem no lance do golo, à meia hora de jogo, depois de um excelente trabalho de Diego.

Do lado do Monte Carlo, vale pelos estrangeiros, que ontem não tiveram a competência para marcar, ainda que não se possam queixar de oportunidades.

A defesa é um grande 'handicap' neste conjunto. Paulo Cheang e Geofredo não têm frescura física e as trocas de bola promovidas por Ho Man Fai lá atrás são um verdadeiro filme de terror que se tem visto em várias jogos. Ontem, nem foi dos piores casos.

Opiniões divergem, mas Wilson Sadan até estava a ser o melhor estrangeiro do lote deste ano, Leandro cumpre, Neto é uma certeza no ataque canarinho e Keverson vai mostrando qualidade, mesmo que ontem não tenham sido decisivos, mas antes perdulários.


Na segunda parte, o Monte Carlo podia ter chegado ao golo e pelo que fez, até merecia. Não que a vitória do Chao Pak Kei não se aceite, e lembre-se aquele lance no final quando Vitor Almeida podia ter matado o jogo.

Os três pontos do Chao Pak Kei dão novo alento ao campeonato e pressionam o Benfica que até nem anda pelos ajustes com as exibições.

Para ganhar aos sub-23 foi preciso chegar a segunda parte e Leonel Fernandes ter cabeça para isso. Mais quatro golos que fazem dele o melhor marcador do campeonato, encaminhado para renovar esse título da época anterior.

Mas se não há dúvidas sobre a qualidade do plantel, até acima de qualquer outro, esta segunda volta não está a correr de feição.

A exibição contra a Polícia não foi conseguida, voltou a empatar com o Ching Fung e os sub-23 demoraram a ser vergados. Verdade seja dita que os encarnados tinham muitas ausências para esta partida, e é notória a diferença de qualidade para os habituais titulares. Filipe Duarte faz sempre falta, Edgar Teixeira e Marco Meireles se não se exibirem a um bom nível isso reflecte de imediato na produção da equipa, mas eu diria que Chan Man também faz muita falta a este Benfica.

Será por isso interessante ver como se vai desenrolar esta luta pelo primeiro lugar.
O Chao Pak Kei só tem a desvantagem de perder no confronto directo com o Monte Carlo, mas quase que os três dependem apenas deles próprios e isso é positivo para a Liga de Elite.

(Foto: Bessa Almeida, Macau Bolinha e Bolão)





domingo, 9 de abril de 2017

9-0? Vamos lá acabar com isto...



Um resultado de 9-0 será o suficiente para explicar um jogo no qual o guarda-redes do Benfica, tocou pouco mais que três vezes na bola.

Para quem quer o bem do futebol de Macau, resultados como este e, mais do que os números, o que se viu dentro das quatro linhas, não pode agradar.

É o espelho da Liga de Elite que temos.

Pior: um jogo que teve inúmeras interrupções, termina sem tempo de descontos. A decisão do árbitro Grant parece absurda! O que justifica? O resultado?
Questões que os juízes deviam ser obrigados a explicar.


Quanto ao jogo, conta-se pelos golos.


O líder Benfica até entrou com alterações no onze: Amâncio no lugar do habitual titular Chi Kin, Vinicius de início em vez de Nicholas Torrão (ausente) e Alison Brito a render Leonel.

Os encarnados começaram o desafio com uma boa oportunidade por Alison Brito, que se isola em velocidade, mas acaba por não rematar e atrasar para Edgar que remata ao lado.

Aos 7 minutos, outra vez, com um remate de cabeça de Alison Brito, mas o golo tardou.

Seguiu-se um período de menos pressão do Benfica e a falhar alguns passes no meio do terreno, mas o golo acabou por sair, como aliás, sempre acontece com este conjunto. Esta equipa vai produzindo o seu futebol e os golos surgem. Tem sido assim desde início do campeonato (tirando o jogo frente ao Ching Fung).

A equipa de Henrique Nunes acabou por chegar ao golo depois de uma grande penalidade, cobrada por Edgar Teixeira, aos 12 minutos.

Começa a marcha do marcador.

Alison Brito ameaça depois com o segundo, mas envia a bola ao poste. O Sporting não passa do meio campo com a bola dominada e o placar voltou a funcionar depois de um canto batido por Edgar Teixeira e Vinicius, ao primeiro poste, faz o 2-0.

Quase 40 minutos de jogo e o Sporting sem avançar no campo. Batista era um mero espectador na partida.

Até ao intervalo, Vinicius assinou um hat-trick e Chan Man fez o 5-0.

Foi o mesmo Chan Man que, logo a abrir a segunda parte, disparou de fora da área para chegar à meia dúzia.

Continua a pressão do Benfica que chega aos 7-0 aos 54 minutos, por Alison Brito (finalmente) a conseguir o golo.

O cabo-verdiano marcou mais um, tento que fechou a contagem, já que, ainda antes disso, Pedro Pires fez um golo na própria baliza.

Termina a primeira volta com o Benfica na liderança do campeonato, tendo cedido apenas um empate e com muitas goleadas...


No outro jogo da noite, o Chao Pak Kei voltou a sofrer para arrancar os três pontos em jogo.

A jogar melhor, mas sem conseguir facturar (porque será?), o conjunto de negro acabou por ver o Ching Fung chegar ao golo aos 57 minutos por intermédio de Fabrício Lima.

Depois do golo, o Ching Fung a demonstrar pouca consistência para segurar o resultado e, por outro lado, o CPK a ter a paciência e perseverança para acreditar na reviravolta.

Faz diferença também, ter Diego Patriota, neste momento, a referência no ataque desta equipa, que em dois minutos fez os golos que viraram o jogo. O jovem Vinicius marcou o 3-1 aos 82 minutos.

Chao Pak Kei a passar pelo susto, outra vez, de se ver a perder num jogo que não poderia contar como derrota se as aspirações do conjunto passam, pelo menos, pelos primeiros três lugares da Liga de Elite.