Estádio Mitsuzawa.
Cinco horas da noite (sim... já estava bem escuro).
Um frio de rachar...
Depois da vitória da noite anterior frente ao Club América, Zinedine Zidane marcou uma sessão de treino que se pode dizer, foi... demasiado leve.
Nas bancadas, entusiasmo só mesmo das cerca de duas centenas de crianças das escolinhas do clube de Madrid aqui no Japão, ansiosas por ver ao perto os ídolos.
De resto, o frio era tanto que umas quantas voltas a parte do relvado foi o suficiente para os titulares.
Sergio Ramos treinou à parte, Pepe, já se sabe, não vai dar o seu contributo, esteve no relvado, equipado, mas não treinou, e os restantes elementos do plantel fizeram uma peladinha de meia hora.
Para além dos jovens futebolistas e dos jornalistas, estiveram também presentes familiares dos jogadores do Real Madrid, a quem o clube proporcionou a vinda até ao Japão.
O que inclui, naturalmente, Cristiano Ronaldo e Pepe.
Sentados, juntos, assistiram ao treino.
Por aqui não se ouve muito falar português, menos ainda de Portugal, pelo que, facilmente a conversa aconteceu.
Na verdade, para este mundial de clubes da FIFA, sou a única jornalista de nacionalidade portuguesa acreditada e nem sequer venho de lá, mas sim de Macau. Há ainda um repórter fotográfico que trabalha para a Gestifute. De resto, nada.
Perguntavam-me qual o motivo. Isto porque, é verdade que não há qualquer equipa portuguesa, mas por exemplo, também não há equipas do Brasil e está aqui a Globo, o Esporte Interactivo e um outro órgão de comunicação social do Brasil.
Mas são dois clubes da América Latina e vários brasileiros a actuar no Club América, e, claro, no Real Madrid.
O clube de Madrid também tem portugueses e, por acaso, a maior estrela da companhia é lusa.
Para além do mais, é um evento internacional, da FIFA.
Realmente, é questionável. Há muitos anos não era assim. Havia mais investimento, os jornalistas acompanhavam os eventos. Agora, tudo está a mudar.
E para pior.
Isto porque ser jornalista é, em boa parte, ter o dom de contar estórias. E para contá-las é preciso estar aqui. Não é nas notas de imprensa ou em três minutos de imagens cedidas pelas agências que se percebe o que se passa num grande evento.
É preciso reportar! É preciso falar com as pessoas, ouvir o que têm para contar. É preciso andar por aqui, de olhos abertos e perceber que há tanta coisa para dizer...
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